domingo, 25 de novembro de 2012 | By: Unknown

Entrevista com Cezar Freitas, Diretor de Jornalismo da RBS TV

Estive presente ontem a noite, 20 de Novembro, no auditório do SESC de Ijuí no workshop promovido pelo Espaço Cultural Unimed e RBS TV, tendo como tema "TV, Jornalismo e Credibilidade na Era Digital". O workshop ministrado pelo Diretor de Jornalismo Cezar Freitas abordou o avanço da tecnologia e as mídias de massa, a visão do Grupo RBS diante do avanço da tecnologia e o que se prevê para o futuro do Jornalismo.

Após o workshop, tive o privilégio de entrevistar Cezar Freitas: uma pessoa que não nega "gostar de pessoas". Muito simpático, respondeu à nossa entrevista:








Por problemas técnicos, esta reportagem está sendo recolocada... aguardem!!

sábado, 24 de novembro de 2012 | By: Unknown

Incentivo Literário em Ijuí - Lançamento de "Em Silêncios"

"Não me considero um escritor, mas acima de tudo, um leitor".

Palavras ditas por Marcos Fernando Kirst no lançamento de seu livro "Em Silêncios". Evento realizado na noite de sexta-feira, 23 de Novembro, nas dependências da Livraria Literatus, com o apoio do Círculo dos Escritores de Ijuí.
Muitos amigos e simpatizantes da literauta e poesia estiveram prestigiando este ijuiense em seu mais recente lançamento, onde também se poderia encontrar seus antigos trabalhos.

Com receptividade, Marcos atendeu à todos os presentes autografando seu livro. O que chamou a atenção, foi a presença de novos escritores e novos leitores, o que mostra que a internet ainda não se tornou artigo principal na vida destes jovens.

Muito elogiado, o autor não se vê como escritor ou um poeta. Acrescenta que temos que ser leitores e amantes da poesia, antes de nos tornarmos escritores.

Desde a infância, Marcos teve gosto pela leitura. Ainda criança, já ouvia histórias para dormir, despertando assim o autor que hoje já tem em sua bagagem muitos livros e várias crônicas publicadas em jornais de Caxias de Sul.

A equipe da "Fato em Pauta" conversou com Marcos logo após a sessão de autógrafos:


1 - Algumas publicações já realizadas, livro infantil já publicado. Jornalista reconhecido e excelente escritor. Nascido em Ijuí, foi aventurar-se pelo estado para tornra-se um profissional reconhecido e hoje volta à cidade para lançar seu novo livro. Qual a sensação de estar aqui hoje? Qual a receptividade dos ijuienses quanto às suas obras?

Olha, a sensação de voltar para a "terra natal" lançar um livro, é uma satisfação muito bacana, muito importante. Porque eu costumo dizer que toda vez que eu volto pra Ijuí, sou ijuiense nato, nasci aqui em Ijuí, estudei o primeiro e segundo graus que são os atuais Ensino Fundamental e Ensino Médio, aqui em Ijuí no CEAP, só sai daqui para fazer Universidade em Santa Maria, Jornalismo. Mas, a minha família toda continua morando aqui, tenho contatos em Ijuí, tenho amigos aqui. Eu volto pra cá frequentemente aqui na cidade. Voltar pra cá, na condição de escritor, lançando livros, é pra mim muito simbólico, muito importante, porque foi aqui em Ijuí que eu me transformei primeiramente em leitor, e eu tenho certeza que não existe a figura do escritor sem existir dentro da pessoa antes disso, o leitor. 
Os leitores ijuienses com orgulho,
prestigiam o "filho desta terra".
Eu virei leitor em Ijuí. Eu virei leitor aqui nesta terra, esta terra vermelha, terra batida que eu gosto tanto, neste calor aqui, que eu já não estou mais acostumado. Mas foi aqui que eu comecei a ler desde pequeno. Desde antes mesmo de eu saber ler, minha mãe lia para mim. Eu venho de uma família de leitores, meus pais eram e são leitores, meus avós eram leitores. E eu comecei a me encantar pelo mundo da literatura em Ijuí. Sempre que eu volto pra cá, digo que estou recarregando minhas baterias telúricas, eu tenho contato de novo com a minha terra, portanto com a minha essência como pessoa. Minha essência é a leitura, são os livros. Então, voltar pra cá na condição de escritor, já tendo lançado 13 livros, especialmente em Caxias do Sul e região da serra onde eu já sou reconhecido, também Porto Alegre, e vir pra cá repartir isso com as minhas pessoas e com a minha cidade, e perceber que há uma resposta do público ijuiense, não só pro meu trabalho "Marcos" mas pra questão da literatura aqui em Ijuí, pra mim é muito reconfortante, é um grande prazer... um prazer duplo neste sentido: se perceber que, aquela cidade que me transfornou nisso que sou, hoje por si só também caminha e valoriza a leitura e as artes com entidades como o Círculo de Escritores, que ajudou a fazer este evento aqui, e já vim aqui em Ijuí participar como convidado na Feira do Livro. Então, percebo que a cultura aqui na cidade tem tido cada vez mais valor, pra mim é muito orgulhoso, eu tenho muito orgulho em falar em Caxias do Sul e na região que eu sou de Ijuí, eu seou ijuiense, sempre coloco isso lá o tempo todo, porque repito aquela frase de Olavo Bilac que meu avô gostava muito: "ama com fé e orgulho a terra que nasceste"; e eu concordo, isso é um mantra pra mim. Eu tenho orgulho de ser ijuiense é a terra que me criou.          



2 - Hoje temos uma crescente utilização da internet e outras formas de leitura, como os e-books. Como  você vê o desafio do livro impresso?

 Maria Carolina Rodrigues: jovens ainda
sentem o gosto pela leitura.
Olha, esta questão do e-book e esta questão toda que se coloca do possível fim do livro impresso, se livro em papel estaria com os dias contados ou não, eu acho que existe um setor muito apocalíptico em relação a isto, e eu não sou apocalíptico, eu sou integrável... eu não vejo nenhuma possibilidade imediata da leitura em papel, da plataforma "livro impresso" desaparecer assim tão rápido e tão fácil como alguns apocalípticos acham que vai acontecer. Eu não vejo isso. Acho que as tecnologias novas que vão surgindo elas surgem porque são novas, se elas não existiam antes é porque ninguém as tinha criado, elas são criadas não só para ocupar o seu espaço mas elas começam a se relacionar com a humanidade, e a humanidade vai percebendo onde esta tecnologia nova entra dentro da sua vida. Isso está acontecendo com a interent, com o e-book, toda esta "parafernália" eletrônica que está surgindo e surgiu nos últimos 10 ou 15 anos, especialmente a internet. Na verdade, se você for ver levantamentos,e eu acompanho isso, nunca se publicou tantos no mundo como nos dias de hoje. Nunca se publicou tantos livros... o mercado livreiro em papel cresce a cada ano. Você pega também os números de feiras de livros, tem a feira de Porto Alegre, a de Caxias do Sul que também é muito grande, aqui em Ijuí provavelmente também... ano a ano, o consumo de livros aumenta nas feiras de livros. Eu só posso imaginar que quem vai em uma feira de livro comprar livros, compra livros pra ler, não acredito que as pessoas comprem livros para transformá-los em peso de papel. Quem compra livro lê. Cada vez se compra mais, cada vez se publica mais, cada vez se edita mais em papel. Então, esta questão não me preocupa muito, eu acho que um pouco de...as pessoas estão assustadas com as novas mídias, mas ela tem o seu lugar, tem o seu papel na sociedade, é muito importante é uma revolução fantástica, eu adoro internet, eu sei usar, acho que veio pra ficar... tá ai mesmo, mas não significa que ela vem  em detrimento do livro e da leitura impressa, assim como a televisão não acabou com o cinema, assim como a internet não acabou com o jornal, que não acabou com o rádio, cada tecnologia nova surgi e permanece de alguma forma ou outra. 
Duas gerações: 
Guiomar D. Dischkaln e Maria Carolina
Rodrigues,
 mãe e filha incentivadas
pela leitura.
O que me preocupa sim, na verdade nesta questão, isso acho que é preocupante, isto as pessoas tem que trazer a discussão para estes aspectos é a possibilidade de desaparecimento do leitor: porque o que não pode sumir é o leitor, e isso pode estar com os dias contados se a gente não estiver fazendo práticas de incentivo a leitura para as pessoas desde de pequenos. Que dêem  incentivo a manutenção da leitura, porque se tu for ver, cada vez mais no Brasil as crianças são leitoras, tu vai em feiras de livros, e  mesmo em livrarias é cada vez maior o espaço para livros infanto-juvenil, as crianças são fascinadas pelo livro, adoram. Depois que vão crescendo elas abandonam essa trincheira. O grande desafio é: como manter dentro da trincheira da leitura a criança que se transforma em adulto. Como não perder leitores? Esse é o grande problema... esse é o desafio. 


3 - Para os novos jornalistas e escritores que surgem em Ijuí: o que daria de conselho, já que você é "filho desta terra"?

Marcos Fernando respondendo à entrevista
após a sessão de autógrafos.
Meu conselho para quem quer ser escritor, são bem básicos e fáceis de serem seguidos para quem quer de fato ser: primeiro lugar - tem que ler! Não existe escritor que não leia... O escritor tem que ser, antes de mais nada, um leitor. Tem que ler muito, tem que gostar de ler, tem que ler uma literatura diversificada. E a partir disso, você vai naturalmente escrever melhor.
Tem que escrever muito, tentar escrever, "botar a cara". Tem que ficar atento para os concursos literários, os concursos literários estão ai justamente pra isso: para revelar novos autores; especialmente, quando você escreve textos teus em concursos literários você faz isso usando "pseudônimo", ninguém sabe que foi você que escreveu aquele texto, esse texto ele passa por avaliação do júri, que não te conhece. A partir do momento que você passa a ganhar nestes concursos literários, passa a ter mais segurança e certeza que teu trabalho quanto escritor, está conseguindo ter comunicação com as pessoas que não te conhecem. Vai conseguindo ter personalidade própria, ter uma escrita própria. E isso te dá muita segurança. Então, o fundamental é isso: ler muito, escrever bastante, praticar, quanto mais você escreve, melhor acaba escrevendo. E ter muito senso de autocrítica, escrever bastante, guardar muito, rasgar, reescrever, deixar na gaveta o maior tempo possível aquilo, buscando o momento de "vir a luz", o momento de vir à tona. Mas é fundamental também ter a ousadia de mostrar, fazer sair pra fora. A partir do momento em que você publica os textos eles passam a ter "vida própria", eles passam a ter uma interlocução com o leitor e isso é um projeto muito interessante, muito agradável, muito bacana. Acho que é por ai.


4 - Poderia comentar sobres os livros "Tetraedro" e "Em Silêncios", onde um é composto por crônicas e o outro poesia.


Círculo de Escritores de Ijuí engajado
ao incentivo aos escritores e à
leitura.
Na verdade, eu me considero bastante um narrador. Eu sou um escritor de prosa, sou um prosador. E eu comecei escrevendo contos, na verdade. Ganhei muitos concursos literários com contos. Sempre me considerei um contista. Mas, já faz vários anos que eu sou colaborador do Jornal Pioneiro, que é um jornal lá de Caxias do Sul. Um jornal diário, de circulação diária muito grande, e eu sou cronista neste jornal, nas sextas-feiras o espaço de crônicas pertence a mim, onde escrevo lá e sou colaborador, sou cronista. E eu sempre fui um grande consumidor de crônicas, adoro a leitura de crônicas também. Tem grandes autores: Rubem Braga, Luis Fernando Veríssimo, João Bergmann que era um antigo cronista do Correio do Povo nos anos 60, excelente... sempre gostei muito deste gênero. 


E eu tenho exercitado a crônica bastante, especialmente no Jornal Pioneiro, já faz anos que eu sou colaborador lá. E lá em Caxias do Sul, esse livro de crônicas que eu possuo, se chama "Tetraedro", é um livro que reúne crônicas de quatro cronistas de Caxias. Nós nos juntamos, os quatro autores, cada um pegou doze crônicas de sua autoria e publicamos este livro. Então, a Editora Maneco lá de Caxias do Sul ficou sabendo desse nosso projeto, gostou do projeto, bancou a publicação deste livro. E a gente percebeu que esse livro, é cada um dos autores... acaba desenvolvendo um subgênero da crônica. O gênero crônica tem vários subgêneros e a gente acabou percebendo que cada um dos autores se dedicava a um subgênero diferente. Então acaba sendo um livro de crônicas muito interessante porque quem curte crônica vai se identificar com um ou dois autores ou talvez, com todos. E é um livro que se pode trabalhar em sala de aula, quando os mestres ensinam e discutem o gênero crônica, por causa destes quatro subgêneros. Então, é um livro bacana por causa disso. 
O livro que eu to lançando aqui em Ijuí agora, ele se chama "Em Silêncios", é uma reunião de 61 poemas que escrevi, tendo um elo comum entre eles todos... a questão do silêncio. Algum momento que exista silêncio, algum momento em que o silêncio seja uma consequência, ou que seja uma inspiração para uma atitude. 
Esse livro surgiu de uma inspiração, surgiu numa longa noite de insônia que eu tive há uns quatro anos atrás, em Nova Passana que é uma pequena cidade na Serra Gaúcha, que é onde moram os meus sogros.  Eu fui lá visitá-los num fim de semana e na noite de sexta para sábado eu não dormi, e começou a vir um poema atrás do outro na minha cabeça. Eu pegava o meu caderno que eu tenho sempre à mão e ia escrevendo eles, que eles vinham vindo... e depois da terceira vez que eu acendi a luz, eu vi que estava acordando a casa toda, eu não acendi mais a luz e comecei a escrever eles no escuro mesmo... "amanhã eu vejo". 
Eu não dormi. Vieram uns trinta e poucos num "surto criativo"; Eu não me considero um poeta, mas eles vieram. Mas sei que se você deixar para amanhã, eles somem... desaparecem. Pensei: "bom, vamos lá". E na manhã seguinte, comecei a passar a limpo, comecei a trabalhar... e ao longo daquela semana foi surgindo mais outros. E eu trabalhei esse material depois da inspiração vem todo o trabalho em si, de melhorar, de dar toda aquela formatação, a técnica do poema mesmo. Mas, em uma semana eu tinha este material todo, então eu peguei este material e como nunca me considerei poeta. Eu não tinha muito poder de avaliação se aquilo estava bom ou não, eu tenho poder de avalição em cima daquilo que eu faço de prosa... eu sei se uma crônica minha está ou não boa. Isso eu sei, poesia eu não sabia. Peguei este material e fiz isso que eu falei agora a pouco, eu botei este material com pseudônimo  no Concurso Anual Literário lá de Caxias do Sul, enquanto obra literária, e com pseudônimo... ninguém sabia que era eu que tinha escrito este material. E o júri daquele ano era composto por poetas consagrados, lá de Caxias do Sul inclusive. E o livro ganhou, ganhou o Concurso ano passado... ganhou o Concurso Anual Literário de Caxias do Sul. Então, a minha poesia foi aprovada pelo júri... é aquilo que eu falei antes, sem que soubessem que era eu, eles deram aval para estes meus poemas. E o prêmio pelo Concurso Anual Literário, pela obra literária, é a publicação do livro. Então, este livro ganhou o ano passado e esse ano na Feira do Livro de Caxias do Sul, em outubro, o livro foi lançado. Então é um livro que recém está surgindo, estou recém trabalhando esta obra, e pelo "feedback" que eu tenho tido, acredito que estou tendo comunicação com os leitores... isso é muito bom.                                    



Entrevista realizada
por Egmar Ribeiro.            
quarta-feira, 14 de novembro de 2012 | By: Unknown

Entrevista com patrono da 23ª Feira do Livro Infantil do Sesc e 20ª Feira do Livro de Ijuí - Américo Piovesan


Com grande repercussão e participação de excelente público até o momento, a 23ª Feira do Livro Infantil do Sesc e 20ª Feira do Livro de Ijuí tem atraído escritores de várias partes do estado e também "prata da casa". Hoje foi o lançamento de livros de autores iniciantes e também já consagrados no meio cultural: Américo Piovesan, Geraldo C. Coelho, Dieison Groff e Luceno Arno Schultz.
Com 04 publicações direcionadas ao público infanto-juvenil, o patrono da feira do livro deste ano Américo Piovesan destaca a importância do incentivo à leitura nas escolas e a participação ativa de professores no processo de alfabetização através da leitura e contação de histórias.
Em entrevista à Bah! Produção Cultural, Américo Piovesan relata sua trajetória cultural dentro do município:

1 - Como você conseguiu atingir o público infanto-juvenil, nesta realidade em que vivemos, tendo a internet e também outras formas de distração, onde a leitura seria considerada a última opção na lista das crianças e pré-adolescentes?
Esta pergunta é bem ampla. Eu tento me aproximar das crianças e dos adolescentes não só escrevendo os livros mas também contando histórias, porque tem um projeto na escola IMEAB, onde conto histórias para as crianças, para o ensino fundamental e médio, e contando histórias a gente consegue aproxima-las um pouco mais dos livros e da leitura. O fato de contar histórias aproxima eles dos autores, falamos dos novos, falamos de outros autores. É uma atividade que faz parte, toda a semana a gente faz isso. A gente indo nas escolas, formamos um hábito, as preferências, os gostos... enfim, formando os hábitos  vinculados nas pessoas, dando exemplos para os pais lerem em casa, incentivando seus filhos, fazendo com que seus filhos não deixem os livros em segundo plano, não dando espaço a internet e facebook.

2 - Quais as dificuldades encontradas para um escritor "de cidade pequena", onde há pouca base cultural? E de que forma conseguiu chegar ao 4º livro publicado?
Com muito esforço. Eu tenho o privilégio de contar com um grupo de amigos que tem uma formação cultural acessível, eles percebem a importância de incentivar o que a gente faz: formar leitores. Escrever, não só para dizer:"Publiquei um livro"... mas fazer com que este livro chegue nas escolas, digo no sentido que, o livro vai chegar e vai ser mais lido e vai haver mais interesse pra ler ele e ter fã lá também. Ai que eu entro como contador de histórias e de poemas, tentando me aproximar de uma linguagem mais lúdica para ser mais acessível, no sentido que a gente quer aproximar mais da música e da poesia.

3 - Quando surgiu este desejo de escrever histórias? E se há interesse de atingir ao público adulto com futuras publicações?
Pois é, já escrevo há cerca de 5 anos, tive uma experiência por mais de 15 anos como professor universitário, onde minhas aventuras quase todas eram voltadas à questão da filosofia, mais acadêmicas, mas eu tenho assim como hábito ler muito, tive incentivo na escola, escrevia poemas... sempre escrevi poemas na adolescência, depois, também, eu publicava, de vez em quando, em jornais.
Então, o desejo estava meio que latente já. E quando chegamos na cidade, tive tempo de parar pra pensar no que fazer no futuro. Também me tornei pai, e tendo uma criança em casa, de certa forma, e não apenas isso, mas me ajudou muito a me interessar em escrever para crianças. Meus livros não são apenas para as crianças, são para todos os públicos. A maior dificuldade é pensar que o personagem Teco é uma criança, porque o autor tenta se colocar na posição de uma criança, tenta imaginar, enfim. No fundo, não existe essa separação de público infantil, infanto-juvenil, juvenil e do adulto, é difícil fazer esta separação. A literatura é para todos. E é claro dentro da faixa etária das crianças devemos fazer uma separação. Porque teve hoje a tarde aqui na feira, uma peça de teatro baseada na obra de Simões Lopes Neto, onde não deu muito certo, não é que não deu certo, mas onde que o público era infantil e não compreendia a linguagem, onde era uma linguagem mais gauchesca, de 100 anos quase. Então, tem que tomar cuidado com isso, é claro. Mas de modo geral, a gente não fica pensando: "Bom, vou escrever agora para crianças de 5 e 6 anos, 7, 8 e 9"...


4 - Com sua visão e conhecimento cultural adquirido como escritor, como você vê o apoio cultural dentro de Ijuí?
A gente percebe alguns avanços, por outro lado, muito tarde para comemorar. Mas sou um cara otimista, tenho esperança que alguns projetos sejam colocados em prática, como um centro cultural, estas coisas... Acho que falta é uma democracia aqui, um espaço como este aqui da praça, por exemplo, um espaço mais permanente para que todo mundo possa assistir um teatro, possa ver shows, que não seja muito elitizado. Enfim, infelizmente não temos cinema, mas tem melhorado muito espero que possa melhorar cada vez mais. É o que todos nós queremos. 


5 - Como foi para você receber o convite, ou se foi uma surpresa, de ser patrono desta edição da feira do livro?
Foi uma surpresa sim, e foi uma boa surpresa. Fiquei bastante surpreso e aos poucos fui tentando assimilar o que é ser um patrono, pois eu nunca havia sido. Sempre tem a primeira vez... daqui há alguns dias fui pensar nesta experiência. Está sendo muito gratificante,  estou bastante cansado, mas é um cansaço muito bom. Depois de um dia assim, você está entre as pessoas, dos livros, de eventos culturais. É uma ótima surpresa e espero estar a altura, e me sinto cada vez mais responsável em cumprir o meu papel de incentivador da cultura e da escrita com as crianças.



Entrevista  realizada por Egmar Ribeiro
no dia 09 de Novembro de 2012 
durante lançamento do 4º livro do autor: 
Teco, o poeta sonhador - "Canções do Despertar"

Esta matéria consta também no blog  
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