sábado, 8 de dezembro de 2012 | By: Unknown

Apresentação da Orquestra Estudantil em evento de Natal


“Sempre haverá Natal...
Enquanto a infância acreditar em magia...
Enquanto existir o clarão das velas
E as canções forem cantadas com alegria
Enquanto o Amor entrar pelas janelas!
Sempre haverá NATAL...Enquanto a fé habitar em nossos corações
E as estrelas reluzirem como luz...
Enquanto caminharmos em busca de emoções
E o brilho do céu conduzir-nos
Ao “Menino Jesus”.
Então... sempre haverá NATAL... FELIZ NATAL!!!”

Com o intuito de apoio à cultura no município, mais uma vez a Bah! Produção Cultural, com apoio da Escola Municipal Infantil Meu Pequeno Mundo, promoveram a apresentação da Orquestra Estudantil durante o evento de encerramento no ano letivo.  Cerca de 93 famílias estavam presentes para prestigiar seus filhos na dramatização sobre o nascimento de Jesus e a apresentação da Orquestra Estudantil dirigida pelo regente e professor musical Jair Gonçalves, membro fundador da ONG.
A orquestra apresentou canções que variaram do estilo erudito, MPB, Rock, Latino Americano e Músicas de Desenho animado, o que chamou a atenção dos pais que ainda não haviam tido o contato com as apresentações da orquestra. Ao final da apresentação, Jair Gonçalves destacou a importância da promoção da cultura nas escolas e principalmente, o apoio que entidades como a Bah! Produção Cultural tem dentro do envolvimento cultural.
Na visão do Maestro, “Ijuí está muito atrasada em questões culturais, sendo que quase não existem políticas públicas, pessoal e projetos de qualidade neste setor, questão que é de consenso das direções das escolas que acolhem o projeto, como IMEAB, Thomé de Souza, das quais a Orquestra possui integrantes na Orquestra Estudantil”.
O músico e educador Jair Gonçalves é um ferrenho crítico político, cultural e educacional. Vivenciando as dificuldades que cercam o incentivo cultural, sabe que as grandes mazelas da nação são frutos de grandes irresponsabilidades políticas dentro de uma má administração de verbas públicas: "Aqui em nosso município, por exemplo, dizem que foi investido mais de um milhão e meio em cultura. Mas eu pergunto se esta verba chegou a atender as necessidades daqueles que mais precisam dos direitos e incentivos culturais, ou seja, as pessoas da periferia e classe econômica baixa? Acredito que não e por isso que lutamos contra isso".
 “O incentivo cultural é uma forma de retirar os jovens das ruas e trazer a eles o verdadeiro sentido da cultura, que no momento, é o que mais falta dentro de nossa cidade. Nós, como educadores e promotores da cultura devemos olhar para o futuro de nossos jovens”, diz Egmar Ribeiro, jornalista do blog "Fato em Pauta" e um dos criadores ONG da Bah! Produção Cultural juntamente com Jair Gonçalves. 
“Queremos iniciar o ano de 2013 com novos eventos e projetos voltados à cultura e também à educação. Queremos continuar os trabalhos com os jovens, mas pretendemos expandir”

Veja abaixo, alguns momentos desta excelente apresentação da Orquestra Estudantil:


 "Há a necessidade de se promover a cultura entre os jovens para retirarmos todos quantos possíveis das ruas. Há muitos projetos que podem ser trabalhados, o que falta é incentivo por parte dos governos. Existem Políticas Públicas que podem ser feitas e recursos melhor implantados".
Egmar Ribeiro


 "Nós, como educadores, devemos estar à par do que move o interesse de um jovem e pré-adolescente. Devemos observar as suas necessidades e colocar em prática ações de incentivo às artes e também ao desenvolvimento moral e educacional dos mesmos. O que temos hoje é uma falta de incentivo cultural no âmbito nacional e devemos como educadores incentivar a cultura".
Jair Gonçalves


"O que nos move dentro deste projeto é o fato de ver no rosto destes jovens a satisfação no que estão fazendo. Na nossa realidade, quando de estes estudantes teriam o contato de forma gratuita com estes instrumentos musicais? A realidade não permitiria! Mas aqui estão, longe de drogas e das ruas... o que estamos tentando fazer como promotores de cultura é dar um, quem sabe, futuro para estas crianças. Aqui podemos estar formando novos professores de música ou até mesmo, um futuro produtor cultural. Por que não?!"
Egmar Ribeiro


"Os jovens, em termos gerais, não têm garantias de seus direitos sociais e culturais, embora a Legislação preveja isso e esteja sendo injetado milhões em Reais em programas de cultura, nem sempre os recursos chegam a quem mais precisa, ou seja, os jovens e as crianças de todo o país". 
Jair Gonçalves









Agradecemos aos integrantes da Orquestra Estudantil pela coragem e disciplina mostrados a cada apresentação. Isso é o incentivo que faltava para mostrar que podemos sim gerar projetos que busquem a difusão da cultura.

Orientação e Arranjos: Jair Gonçalves

Integrantes:

Trompete: Henrique, Tierre, Guilherme, Jean, Tarcísio
Trombone: Eros Natan
Saxofone: Alisson, Leonardo
Bombardino: João
Flauta Doce: Mariana, Katiúcia, Stéfany, Caroline, Fátima
Flauta Transversa: Janiele
Bateria: Jaderson
Baixo Elétrico: Alexandre Gonçalves
Violino: Fábio
Viola: Gabriel
Guitarra: Daniel
Violões: Amanda, 
Afredo, Merian, Amanda, Karen e Leonardo










domingo, 25 de novembro de 2012 | By: Unknown

Entrevista com Cezar Freitas, Diretor de Jornalismo da RBS TV

Estive presente ontem a noite, 20 de Novembro, no auditório do SESC de Ijuí no workshop promovido pelo Espaço Cultural Unimed e RBS TV, tendo como tema "TV, Jornalismo e Credibilidade na Era Digital". O workshop ministrado pelo Diretor de Jornalismo Cezar Freitas abordou o avanço da tecnologia e as mídias de massa, a visão do Grupo RBS diante do avanço da tecnologia e o que se prevê para o futuro do Jornalismo.

Após o workshop, tive o privilégio de entrevistar Cezar Freitas: uma pessoa que não nega "gostar de pessoas". Muito simpático, respondeu à nossa entrevista:








Por problemas técnicos, esta reportagem está sendo recolocada... aguardem!!

sábado, 24 de novembro de 2012 | By: Unknown

Incentivo Literário em Ijuí - Lançamento de "Em Silêncios"

"Não me considero um escritor, mas acima de tudo, um leitor".

Palavras ditas por Marcos Fernando Kirst no lançamento de seu livro "Em Silêncios". Evento realizado na noite de sexta-feira, 23 de Novembro, nas dependências da Livraria Literatus, com o apoio do Círculo dos Escritores de Ijuí.
Muitos amigos e simpatizantes da literauta e poesia estiveram prestigiando este ijuiense em seu mais recente lançamento, onde também se poderia encontrar seus antigos trabalhos.

Com receptividade, Marcos atendeu à todos os presentes autografando seu livro. O que chamou a atenção, foi a presença de novos escritores e novos leitores, o que mostra que a internet ainda não se tornou artigo principal na vida destes jovens.

Muito elogiado, o autor não se vê como escritor ou um poeta. Acrescenta que temos que ser leitores e amantes da poesia, antes de nos tornarmos escritores.

Desde a infância, Marcos teve gosto pela leitura. Ainda criança, já ouvia histórias para dormir, despertando assim o autor que hoje já tem em sua bagagem muitos livros e várias crônicas publicadas em jornais de Caxias de Sul.

A equipe da "Fato em Pauta" conversou com Marcos logo após a sessão de autógrafos:


1 - Algumas publicações já realizadas, livro infantil já publicado. Jornalista reconhecido e excelente escritor. Nascido em Ijuí, foi aventurar-se pelo estado para tornra-se um profissional reconhecido e hoje volta à cidade para lançar seu novo livro. Qual a sensação de estar aqui hoje? Qual a receptividade dos ijuienses quanto às suas obras?

Olha, a sensação de voltar para a "terra natal" lançar um livro, é uma satisfação muito bacana, muito importante. Porque eu costumo dizer que toda vez que eu volto pra Ijuí, sou ijuiense nato, nasci aqui em Ijuí, estudei o primeiro e segundo graus que são os atuais Ensino Fundamental e Ensino Médio, aqui em Ijuí no CEAP, só sai daqui para fazer Universidade em Santa Maria, Jornalismo. Mas, a minha família toda continua morando aqui, tenho contatos em Ijuí, tenho amigos aqui. Eu volto pra cá frequentemente aqui na cidade. Voltar pra cá, na condição de escritor, lançando livros, é pra mim muito simbólico, muito importante, porque foi aqui em Ijuí que eu me transformei primeiramente em leitor, e eu tenho certeza que não existe a figura do escritor sem existir dentro da pessoa antes disso, o leitor. 
Os leitores ijuienses com orgulho,
prestigiam o "filho desta terra".
Eu virei leitor em Ijuí. Eu virei leitor aqui nesta terra, esta terra vermelha, terra batida que eu gosto tanto, neste calor aqui, que eu já não estou mais acostumado. Mas foi aqui que eu comecei a ler desde pequeno. Desde antes mesmo de eu saber ler, minha mãe lia para mim. Eu venho de uma família de leitores, meus pais eram e são leitores, meus avós eram leitores. E eu comecei a me encantar pelo mundo da literatura em Ijuí. Sempre que eu volto pra cá, digo que estou recarregando minhas baterias telúricas, eu tenho contato de novo com a minha terra, portanto com a minha essência como pessoa. Minha essência é a leitura, são os livros. Então, voltar pra cá na condição de escritor, já tendo lançado 13 livros, especialmente em Caxias do Sul e região da serra onde eu já sou reconhecido, também Porto Alegre, e vir pra cá repartir isso com as minhas pessoas e com a minha cidade, e perceber que há uma resposta do público ijuiense, não só pro meu trabalho "Marcos" mas pra questão da literatura aqui em Ijuí, pra mim é muito reconfortante, é um grande prazer... um prazer duplo neste sentido: se perceber que, aquela cidade que me transfornou nisso que sou, hoje por si só também caminha e valoriza a leitura e as artes com entidades como o Círculo de Escritores, que ajudou a fazer este evento aqui, e já vim aqui em Ijuí participar como convidado na Feira do Livro. Então, percebo que a cultura aqui na cidade tem tido cada vez mais valor, pra mim é muito orgulhoso, eu tenho muito orgulho em falar em Caxias do Sul e na região que eu sou de Ijuí, eu seou ijuiense, sempre coloco isso lá o tempo todo, porque repito aquela frase de Olavo Bilac que meu avô gostava muito: "ama com fé e orgulho a terra que nasceste"; e eu concordo, isso é um mantra pra mim. Eu tenho orgulho de ser ijuiense é a terra que me criou.          



2 - Hoje temos uma crescente utilização da internet e outras formas de leitura, como os e-books. Como  você vê o desafio do livro impresso?

 Maria Carolina Rodrigues: jovens ainda
sentem o gosto pela leitura.
Olha, esta questão do e-book e esta questão toda que se coloca do possível fim do livro impresso, se livro em papel estaria com os dias contados ou não, eu acho que existe um setor muito apocalíptico em relação a isto, e eu não sou apocalíptico, eu sou integrável... eu não vejo nenhuma possibilidade imediata da leitura em papel, da plataforma "livro impresso" desaparecer assim tão rápido e tão fácil como alguns apocalípticos acham que vai acontecer. Eu não vejo isso. Acho que as tecnologias novas que vão surgindo elas surgem porque são novas, se elas não existiam antes é porque ninguém as tinha criado, elas são criadas não só para ocupar o seu espaço mas elas começam a se relacionar com a humanidade, e a humanidade vai percebendo onde esta tecnologia nova entra dentro da sua vida. Isso está acontecendo com a interent, com o e-book, toda esta "parafernália" eletrônica que está surgindo e surgiu nos últimos 10 ou 15 anos, especialmente a internet. Na verdade, se você for ver levantamentos,e eu acompanho isso, nunca se publicou tantos no mundo como nos dias de hoje. Nunca se publicou tantos livros... o mercado livreiro em papel cresce a cada ano. Você pega também os números de feiras de livros, tem a feira de Porto Alegre, a de Caxias do Sul que também é muito grande, aqui em Ijuí provavelmente também... ano a ano, o consumo de livros aumenta nas feiras de livros. Eu só posso imaginar que quem vai em uma feira de livro comprar livros, compra livros pra ler, não acredito que as pessoas comprem livros para transformá-los em peso de papel. Quem compra livro lê. Cada vez se compra mais, cada vez se publica mais, cada vez se edita mais em papel. Então, esta questão não me preocupa muito, eu acho que um pouco de...as pessoas estão assustadas com as novas mídias, mas ela tem o seu lugar, tem o seu papel na sociedade, é muito importante é uma revolução fantástica, eu adoro internet, eu sei usar, acho que veio pra ficar... tá ai mesmo, mas não significa que ela vem  em detrimento do livro e da leitura impressa, assim como a televisão não acabou com o cinema, assim como a internet não acabou com o jornal, que não acabou com o rádio, cada tecnologia nova surgi e permanece de alguma forma ou outra. 
Duas gerações: 
Guiomar D. Dischkaln e Maria Carolina
Rodrigues,
 mãe e filha incentivadas
pela leitura.
O que me preocupa sim, na verdade nesta questão, isso acho que é preocupante, isto as pessoas tem que trazer a discussão para estes aspectos é a possibilidade de desaparecimento do leitor: porque o que não pode sumir é o leitor, e isso pode estar com os dias contados se a gente não estiver fazendo práticas de incentivo a leitura para as pessoas desde de pequenos. Que dêem  incentivo a manutenção da leitura, porque se tu for ver, cada vez mais no Brasil as crianças são leitoras, tu vai em feiras de livros, e  mesmo em livrarias é cada vez maior o espaço para livros infanto-juvenil, as crianças são fascinadas pelo livro, adoram. Depois que vão crescendo elas abandonam essa trincheira. O grande desafio é: como manter dentro da trincheira da leitura a criança que se transforma em adulto. Como não perder leitores? Esse é o grande problema... esse é o desafio. 


3 - Para os novos jornalistas e escritores que surgem em Ijuí: o que daria de conselho, já que você é "filho desta terra"?

Marcos Fernando respondendo à entrevista
após a sessão de autógrafos.
Meu conselho para quem quer ser escritor, são bem básicos e fáceis de serem seguidos para quem quer de fato ser: primeiro lugar - tem que ler! Não existe escritor que não leia... O escritor tem que ser, antes de mais nada, um leitor. Tem que ler muito, tem que gostar de ler, tem que ler uma literatura diversificada. E a partir disso, você vai naturalmente escrever melhor.
Tem que escrever muito, tentar escrever, "botar a cara". Tem que ficar atento para os concursos literários, os concursos literários estão ai justamente pra isso: para revelar novos autores; especialmente, quando você escreve textos teus em concursos literários você faz isso usando "pseudônimo", ninguém sabe que foi você que escreveu aquele texto, esse texto ele passa por avaliação do júri, que não te conhece. A partir do momento que você passa a ganhar nestes concursos literários, passa a ter mais segurança e certeza que teu trabalho quanto escritor, está conseguindo ter comunicação com as pessoas que não te conhecem. Vai conseguindo ter personalidade própria, ter uma escrita própria. E isso te dá muita segurança. Então, o fundamental é isso: ler muito, escrever bastante, praticar, quanto mais você escreve, melhor acaba escrevendo. E ter muito senso de autocrítica, escrever bastante, guardar muito, rasgar, reescrever, deixar na gaveta o maior tempo possível aquilo, buscando o momento de "vir a luz", o momento de vir à tona. Mas é fundamental também ter a ousadia de mostrar, fazer sair pra fora. A partir do momento em que você publica os textos eles passam a ter "vida própria", eles passam a ter uma interlocução com o leitor e isso é um projeto muito interessante, muito agradável, muito bacana. Acho que é por ai.


4 - Poderia comentar sobres os livros "Tetraedro" e "Em Silêncios", onde um é composto por crônicas e o outro poesia.


Círculo de Escritores de Ijuí engajado
ao incentivo aos escritores e à
leitura.
Na verdade, eu me considero bastante um narrador. Eu sou um escritor de prosa, sou um prosador. E eu comecei escrevendo contos, na verdade. Ganhei muitos concursos literários com contos. Sempre me considerei um contista. Mas, já faz vários anos que eu sou colaborador do Jornal Pioneiro, que é um jornal lá de Caxias do Sul. Um jornal diário, de circulação diária muito grande, e eu sou cronista neste jornal, nas sextas-feiras o espaço de crônicas pertence a mim, onde escrevo lá e sou colaborador, sou cronista. E eu sempre fui um grande consumidor de crônicas, adoro a leitura de crônicas também. Tem grandes autores: Rubem Braga, Luis Fernando Veríssimo, João Bergmann que era um antigo cronista do Correio do Povo nos anos 60, excelente... sempre gostei muito deste gênero. 


E eu tenho exercitado a crônica bastante, especialmente no Jornal Pioneiro, já faz anos que eu sou colaborador lá. E lá em Caxias do Sul, esse livro de crônicas que eu possuo, se chama "Tetraedro", é um livro que reúne crônicas de quatro cronistas de Caxias. Nós nos juntamos, os quatro autores, cada um pegou doze crônicas de sua autoria e publicamos este livro. Então, a Editora Maneco lá de Caxias do Sul ficou sabendo desse nosso projeto, gostou do projeto, bancou a publicação deste livro. E a gente percebeu que esse livro, é cada um dos autores... acaba desenvolvendo um subgênero da crônica. O gênero crônica tem vários subgêneros e a gente acabou percebendo que cada um dos autores se dedicava a um subgênero diferente. Então acaba sendo um livro de crônicas muito interessante porque quem curte crônica vai se identificar com um ou dois autores ou talvez, com todos. E é um livro que se pode trabalhar em sala de aula, quando os mestres ensinam e discutem o gênero crônica, por causa destes quatro subgêneros. Então, é um livro bacana por causa disso. 
O livro que eu to lançando aqui em Ijuí agora, ele se chama "Em Silêncios", é uma reunião de 61 poemas que escrevi, tendo um elo comum entre eles todos... a questão do silêncio. Algum momento que exista silêncio, algum momento em que o silêncio seja uma consequência, ou que seja uma inspiração para uma atitude. 
Esse livro surgiu de uma inspiração, surgiu numa longa noite de insônia que eu tive há uns quatro anos atrás, em Nova Passana que é uma pequena cidade na Serra Gaúcha, que é onde moram os meus sogros.  Eu fui lá visitá-los num fim de semana e na noite de sexta para sábado eu não dormi, e começou a vir um poema atrás do outro na minha cabeça. Eu pegava o meu caderno que eu tenho sempre à mão e ia escrevendo eles, que eles vinham vindo... e depois da terceira vez que eu acendi a luz, eu vi que estava acordando a casa toda, eu não acendi mais a luz e comecei a escrever eles no escuro mesmo... "amanhã eu vejo". 
Eu não dormi. Vieram uns trinta e poucos num "surto criativo"; Eu não me considero um poeta, mas eles vieram. Mas sei que se você deixar para amanhã, eles somem... desaparecem. Pensei: "bom, vamos lá". E na manhã seguinte, comecei a passar a limpo, comecei a trabalhar... e ao longo daquela semana foi surgindo mais outros. E eu trabalhei esse material depois da inspiração vem todo o trabalho em si, de melhorar, de dar toda aquela formatação, a técnica do poema mesmo. Mas, em uma semana eu tinha este material todo, então eu peguei este material e como nunca me considerei poeta. Eu não tinha muito poder de avaliação se aquilo estava bom ou não, eu tenho poder de avalição em cima daquilo que eu faço de prosa... eu sei se uma crônica minha está ou não boa. Isso eu sei, poesia eu não sabia. Peguei este material e fiz isso que eu falei agora a pouco, eu botei este material com pseudônimo  no Concurso Anual Literário lá de Caxias do Sul, enquanto obra literária, e com pseudônimo... ninguém sabia que era eu que tinha escrito este material. E o júri daquele ano era composto por poetas consagrados, lá de Caxias do Sul inclusive. E o livro ganhou, ganhou o Concurso ano passado... ganhou o Concurso Anual Literário de Caxias do Sul. Então, a minha poesia foi aprovada pelo júri... é aquilo que eu falei antes, sem que soubessem que era eu, eles deram aval para estes meus poemas. E o prêmio pelo Concurso Anual Literário, pela obra literária, é a publicação do livro. Então, este livro ganhou o ano passado e esse ano na Feira do Livro de Caxias do Sul, em outubro, o livro foi lançado. Então é um livro que recém está surgindo, estou recém trabalhando esta obra, e pelo "feedback" que eu tenho tido, acredito que estou tendo comunicação com os leitores... isso é muito bom.                                    



Entrevista realizada
por Egmar Ribeiro.            
quarta-feira, 14 de novembro de 2012 | By: Unknown

Entrevista com patrono da 23ª Feira do Livro Infantil do Sesc e 20ª Feira do Livro de Ijuí - Américo Piovesan


Com grande repercussão e participação de excelente público até o momento, a 23ª Feira do Livro Infantil do Sesc e 20ª Feira do Livro de Ijuí tem atraído escritores de várias partes do estado e também "prata da casa". Hoje foi o lançamento de livros de autores iniciantes e também já consagrados no meio cultural: Américo Piovesan, Geraldo C. Coelho, Dieison Groff e Luceno Arno Schultz.
Com 04 publicações direcionadas ao público infanto-juvenil, o patrono da feira do livro deste ano Américo Piovesan destaca a importância do incentivo à leitura nas escolas e a participação ativa de professores no processo de alfabetização através da leitura e contação de histórias.
Em entrevista à Bah! Produção Cultural, Américo Piovesan relata sua trajetória cultural dentro do município:

1 - Como você conseguiu atingir o público infanto-juvenil, nesta realidade em que vivemos, tendo a internet e também outras formas de distração, onde a leitura seria considerada a última opção na lista das crianças e pré-adolescentes?
Esta pergunta é bem ampla. Eu tento me aproximar das crianças e dos adolescentes não só escrevendo os livros mas também contando histórias, porque tem um projeto na escola IMEAB, onde conto histórias para as crianças, para o ensino fundamental e médio, e contando histórias a gente consegue aproxima-las um pouco mais dos livros e da leitura. O fato de contar histórias aproxima eles dos autores, falamos dos novos, falamos de outros autores. É uma atividade que faz parte, toda a semana a gente faz isso. A gente indo nas escolas, formamos um hábito, as preferências, os gostos... enfim, formando os hábitos  vinculados nas pessoas, dando exemplos para os pais lerem em casa, incentivando seus filhos, fazendo com que seus filhos não deixem os livros em segundo plano, não dando espaço a internet e facebook.

2 - Quais as dificuldades encontradas para um escritor "de cidade pequena", onde há pouca base cultural? E de que forma conseguiu chegar ao 4º livro publicado?
Com muito esforço. Eu tenho o privilégio de contar com um grupo de amigos que tem uma formação cultural acessível, eles percebem a importância de incentivar o que a gente faz: formar leitores. Escrever, não só para dizer:"Publiquei um livro"... mas fazer com que este livro chegue nas escolas, digo no sentido que, o livro vai chegar e vai ser mais lido e vai haver mais interesse pra ler ele e ter fã lá também. Ai que eu entro como contador de histórias e de poemas, tentando me aproximar de uma linguagem mais lúdica para ser mais acessível, no sentido que a gente quer aproximar mais da música e da poesia.

3 - Quando surgiu este desejo de escrever histórias? E se há interesse de atingir ao público adulto com futuras publicações?
Pois é, já escrevo há cerca de 5 anos, tive uma experiência por mais de 15 anos como professor universitário, onde minhas aventuras quase todas eram voltadas à questão da filosofia, mais acadêmicas, mas eu tenho assim como hábito ler muito, tive incentivo na escola, escrevia poemas... sempre escrevi poemas na adolescência, depois, também, eu publicava, de vez em quando, em jornais.
Então, o desejo estava meio que latente já. E quando chegamos na cidade, tive tempo de parar pra pensar no que fazer no futuro. Também me tornei pai, e tendo uma criança em casa, de certa forma, e não apenas isso, mas me ajudou muito a me interessar em escrever para crianças. Meus livros não são apenas para as crianças, são para todos os públicos. A maior dificuldade é pensar que o personagem Teco é uma criança, porque o autor tenta se colocar na posição de uma criança, tenta imaginar, enfim. No fundo, não existe essa separação de público infantil, infanto-juvenil, juvenil e do adulto, é difícil fazer esta separação. A literatura é para todos. E é claro dentro da faixa etária das crianças devemos fazer uma separação. Porque teve hoje a tarde aqui na feira, uma peça de teatro baseada na obra de Simões Lopes Neto, onde não deu muito certo, não é que não deu certo, mas onde que o público era infantil e não compreendia a linguagem, onde era uma linguagem mais gauchesca, de 100 anos quase. Então, tem que tomar cuidado com isso, é claro. Mas de modo geral, a gente não fica pensando: "Bom, vou escrever agora para crianças de 5 e 6 anos, 7, 8 e 9"...


4 - Com sua visão e conhecimento cultural adquirido como escritor, como você vê o apoio cultural dentro de Ijuí?
A gente percebe alguns avanços, por outro lado, muito tarde para comemorar. Mas sou um cara otimista, tenho esperança que alguns projetos sejam colocados em prática, como um centro cultural, estas coisas... Acho que falta é uma democracia aqui, um espaço como este aqui da praça, por exemplo, um espaço mais permanente para que todo mundo possa assistir um teatro, possa ver shows, que não seja muito elitizado. Enfim, infelizmente não temos cinema, mas tem melhorado muito espero que possa melhorar cada vez mais. É o que todos nós queremos. 


5 - Como foi para você receber o convite, ou se foi uma surpresa, de ser patrono desta edição da feira do livro?
Foi uma surpresa sim, e foi uma boa surpresa. Fiquei bastante surpreso e aos poucos fui tentando assimilar o que é ser um patrono, pois eu nunca havia sido. Sempre tem a primeira vez... daqui há alguns dias fui pensar nesta experiência. Está sendo muito gratificante,  estou bastante cansado, mas é um cansaço muito bom. Depois de um dia assim, você está entre as pessoas, dos livros, de eventos culturais. É uma ótima surpresa e espero estar a altura, e me sinto cada vez mais responsável em cumprir o meu papel de incentivador da cultura e da escrita com as crianças.



Entrevista  realizada por Egmar Ribeiro
no dia 09 de Novembro de 2012 
durante lançamento do 4º livro do autor: 
Teco, o poeta sonhador - "Canções do Despertar"

Esta matéria consta também no blog  
www.bahproducaoultural.blogspot.com
sexta-feira, 26 de outubro de 2012 | By: Unknown

Matéria em Revista

Rolling Stones: artistas imortais!!

Quem assistiu o "Jornal da Globo" nesta madrugada, no último bloco, tive uma notícia inusitada sobre a banda de rock "Rolling Stones", onde fizeram um show surpresa em Paris. Estes astros do rock ainda conseguem surpreender aos fãs. Nesta mesma noite (25/10/2012), subiram aos palcos para um mega show há preços acessíveis a qualquer público, o que para nós brasileiros equivale a R$ 40,00. Mesmo completando 50 anos de carreira, a banda Rolling Stones ainda contagia o público que prestigia seus shows, com o "gás" de início de carreira. Os fãs merecem!

E para homenagear esta maravilhosa banda de rock, publicamos aqui uma matéria feita em 2005, onde se falava da turnê polêmica - "Sweet Neo Con":




quinta-feira, 25 de outubro de 2012 | By: Unknown

Entrevistas

Entrevista feita com a "Família Lima" em 2005.

Entrevista exclusiva (na época) onde Lucas Lima fala do trabalho de 10 anos do grupo e os projetos para os anos seguintes.




Em breve, postaremos também as outras duas perguntas que não foram publicadas na revista. Detalhe importante: em áudio!!






quarta-feira, 17 de outubro de 2012 | By: Unknown

Entrevista com ator humorístico Jair Kobe

Entrevista com ator humorístico Jair Kobe 


Esta entrevista foi realizada na tarde que antecedeu a apresentação do espetáculo "Guri de Uruguaiana", realizado pela RBS TV Cruz Alta, no dia 09 de Setembro de 2011. 


1 - Tudo tem o seu começo e sabemos que não foi diferente na carreira humorística. Em que momento surgiu este desejo de dizer: “é esta a minha vocação, meu projeto para a vida”; e quais as dificuldades que encontrou pelo caminho?

Sempre tive uma veia de humor em função da família: meu pai sempre muito divertido, meus irmãos... então, sempre teve na minha família essa coisa de se fantasiar, de criar personagens, criar situações.  E eu, a vida inteira brinquei com isso. Foi quando eu exercia outras funções, tive vários trabalhos: trabalhei com a propaganda, trabalhei com música (o Grupo Canto Livre) na década de 80, e eu tinha um restaurante com música ao vivo, e eu fazia as brincadeiras com os músicos: quando era pra tocar música baiana, me vestia de baiano e tocava pandeiro; fazia paródias de músicas baianas, música gaúcha... eu colocava um bigode e uma boina e já fazia umas brincadeiras também. E quando eu percebi, eu já havia criado vários personagens. Passei então, cada vez que convidado para uma festa, um evento de família e amigos, o pessoal dizia: “- Leva tuas malas com as perucas, tuas fantasias lá pra divertir a gente”. E eu chagava, fazia as brincadeiras e tal, e agradava muito. Ai eu digo: “- Não, perai um pouquinho, se eu estou agradando tanto assim eu vou me profissionalizar”. Então, agora em outubro eu completo 10 anos que eu comecei nesta carreira, comecei com 42 anos. Me dediquei à carreira de humorista aos 42 anos de idade.



2 - Você mencionou em seu que site que herdou o humor de seu pai. Qual de suas filhas herdou sua simpatia e humor? Auxiliaria nos primeiros passos?

Eu acho que minha filha caçula, Júlia, tem uma pegada muito interessante: ela é muito engraçada, faz vozes, ela cria personagens. Ela tem 8 anos de idade e a gente percebe assim que ela é mais “despachada” em relação a minha outra filha, a Rafaela que tem 12 anos.



3 - Em 2001 deu seus primeiros passos como humorista. Como foi subir ao palco pela primeira vez em “Seriamente Cômico”?

Olha, eu nunca tive dificuldade. Eu já estreei como se fosse um artista já veterano, porque aos 42 anos de idade já havia feito muita coisa e palco já não era novidade pra mim porque na década de 80 participei de toda esta história da música nativista com o Grupo Canto Livre. Chegando em 85, inclusive, com uma música classificada em um festival dos Festivais da Rede Globo, onde cantamos esta música, chamada “Este gaiteiro”. Interpretamos esta música no Gigantinho e depois na eliminatória, do Gigantinho fomos pra semifinal no Maracanãzinho; Maracanãzinho lotado. Então minha experiência de palco já vem de muito tempo, minha experiência com o público já vem de muito tempo. Eu fazia eventos durante um período que eu morei (6 anos) em Capão da Canoa e justamente antes de acontecer, onde eu tive este restaurante, e lá em Capão da Canoa eu organizava um evento todo o mês que era muito bacana, se chamava “Domingo na Praça”. Então eu ia num palco na praça e ficava a tarde inteira administrando um evento para o público. Então isso ai me deu muita “canja”, quando eu estreei em 2001, no Teatro do Ipê, com o espetáculo “Seriamente Cômico”  eu já tinha bastante tranqüilidade de palco. E ai você vai aperfeiçoando, o texto era novo, o roteiro era novo. Tinha que prestar bem a atenção no que estava acontecendo, mas a tranqüilidade de estar na frente do público eu já dominava.



4 - Para toda e qualquer apresentação denota tempo. Quantos ensaios chega a fazer e de onde surge inspiração para cada apresentação, por se tratar de um humor “stand up comedy”?

Na verdade o “stand up comedy” tem uma característica diferente, não é exatamente o que eu faço. Eu trabalho com personagens, eu trabalho utilizando vários recursos, coisa que o “stand up comedy” não utiliza. O “stand up comedy” não utiliza vozes, não utiliza adereços, não utiliza recursos externos. E eu utilizo bastante. Eu utilizo a música, eu trabalho muito com as trilhas, é um personagem caracterizado. Agora, quanto aos ensaios, isso ai, claro, eu faço show todos os dias. Então todo dia você vai aprendendo, adquirindo... você coloca um cara que se chama Caco, uma brincadeira de improviso em um dia, deu certo, funcionou... no outro dia você usa de novo, e sem se dar conta, já faz parte do texto, já faz parte do roteiro. Você nem se lembra quando que você colocou aquela história, entendeu? Não é uma coisa assim que você parte de um roteiro pré-estabelecido, o qual eu montei em 2008 quando eu levei este espetáculo para o teatro. Montei este roteiro, e a partir dali ele foi evoluindo. Então imagine, são 220 - 240 shows por ano, então a coisa vai evoluindo, a cada dia você vai agregando alguma coisa no roteiro.



5 - Quando houve a necessidade de ter um companheiro de palco? E como foi dar vida ao personagem Licurgo, o “gaúcho emo”?

Foi quando eu levei este espetáculo, o “Guri de Uruguaiana” para o teatro em 2008, que eu fui formatar este espetáculo eu já tinha imaginado que eu precisava de “um escada” , que eu queria um ajudante de galpão. E ai este nome Licurgo já era um nome antigo também que eu já tinha na manga, porque descobri que quando conheci uma pessoa lá em Capão da Canoa que se chamava Licurgo, que descobri que o nome do cara era Licurgo, e que ele era natural de Uruguaiana, eu fiquei imaginando: “-Bah, um dia vou criar um ajudante do Guri de Uruguaiana vai ter que se chamar Licurgo”. Então, surgiu assim... quando ele surgiu, na primeira temporada, ele não era “emo”, ele era apenas um baixinho e tal, não falava, já tinha estas mesmas características, mas ele ainda não era “emo”. Se transformou “emo” meio que sem querer, quando resolvi trocar a peruca nele, ficou uma franja que parecia um “emo” e a partir dali, começamos a colocar uns adereços. Na temporada seguinte já era o “gaúcho emo”. 




6 - Por caracterizar um gaúcho nos palcos, como foi a aceitação do Movimento Tradicionalista Gaúcho (MTG)? Houve algum tipo de protesto como o que houve com o "tchê music"?

Não, não houve. Eu até achei que poderia acontecer uma manifestação mais reacionária, mas não houve porque eu já tinha o respaldo da classe artística. Porque eu não surgi de pára-quedas do nada. Todos as pessoas, os artistas consagrados que estão ai hoje na música nativista já são meus amigos de muito tempo, são meus parceiros de músicas e de festivais. Já participei de todos estes festivais, todo mundo me conhece do trabalho que eu fazia no Grupo Canto Livre. Então eu já tinha este conhecimento, esta aceitação porque eu venho da música. E o respaldo dos próprios autores: o Bagre Fagundes, o Nico Fagundes que é uma personalidade muito importante dentro da história da música e do nativismo gaúcho, do tradicionalismo gaúcho. Eles, na condição de autores da música não colocaram nenhum empecilho, viram que seria uma forma bem humorada, mais um veículo que estavam abrindo, mais uma oportunidade pra que o grande público conhecesse a obra deles que é a música “O Canto Alegretense” . E eles sabe disso, eu tenho certeza disso também, que “O Guri de Uruguaiana” está colaborando muito pela divulgação do trabalho deles. Então, não tive problema nenhum, nem nunca tive. Tem uma revista, a Aplauso, saiu uma matéria sobre a minha história com depoimento fantástico de Paixão Cortez. O ano passado lancei um livro, “Os Causos do Guri de Uruguaiana”, na Semana Farroupilha, dentro do Piquete IGTF, fiz um coquetel de lançamento do livro (lá dentro). Isso tudo é sinal de que eles estão entendendo que não é um deboche que eu faço, pelo contrário, é uma maneira de divulgar as tradições gaúchas num seguimento que necessariamente não tem acesso. Tu faz um show com grande cantor nativista, um grande artista nativista, tu tem um público bacana, um público focado, um público que é o público do nativismo. É o público da música gaúcha. Agora, um show de humor, você atinge crianças, atinge gente que gosta de nativismo, de sertanejo... então o público que você atinge é muito maior do que o segmentado. Então é um público que, tanto é que em função disso, os shows do “Guri de Uruguaiana”  tem sido recordes de público em todas as cidades que a gente participa.


7 - Em seu site percebemos novos personagens. Há novos planos para longo prazo?

Não, até que os personagens não são novos, são antigos. São os que exatamente começaram no espetáculo “Seriamente Cômico”, (o baiano, Brega Maurício Ronaldo, Mágico Sergay Baitabichóvsky e o Guri de Uruguaiana). Estes outros personagens, infelizmente, eu não estou podendo trabalhar porque o “Guri de Uruguaiana” está me absorvendo demais todo o meu tempo, e tem vários projetos para o “Guri de Uruguaiana”. Mas para os outros personagens eu tenho um show fantástico, que é o “Seriamente Cômico” que eu gostaria de colocar novamente no teatro, fazer uma gravação, lançar um DVD que ele é fantástico, é lindo. É maravilhoso este show, ele é um pouco mais musical, que tem vários personagens que hoje com o nome do “Guri de Uruguaiana” seria um golaço, seria uma barbada de vender DVD, de trabalhar o espetáculo. Mas eu não tenho condições de tirar o foco, porque agora o “Guri de Uruguaiana” tá me absorvendo 100%.


8 - Dez(10)anos de estrada como humorista... já participou de vários programas de televisão e mostrou que gaúcho também faz humor, não é apenas alvo. Qual foi a receptividade em Paris de um trabalho como o personagem “Guri de Uruguaiana”?

É, na verdade esta brincadeira da Europa, eu estava de passeio, fui passear e criei, já que não podia me ausentar 10 dias do público do Twitter, que são mais de 18 mil seguidores, que se você ficar 10 dias sem se comunicar com estes seus seguidores, você vai perder 10% deste público. É um público de Twitter que quer saber notícias diárias e você tem que postar 1, 2, 5 twitts por dia que é pra você manter o cara atualizado do que está acontecendo. Então eu precisava criar esta cena, que eu tinha que criar alguma coisa... por que é que eu fui pra lá? Então eu me dei o trabalho de sempre que eu saio  assim, eu levo aquela caracterização do “Guri de Uruguaiana” e em algum momento me caracterizo e a minha esposa me registra lá, e eu faço um clipezinho, um vídeo, conto uma história, pra criar esta cena de que o “Guri de Uruguaiana” estava acontecendo. Então eu criei esta cena toda de que havia recebido um telefonema, que era de Barcelona, e era uma proposta de emprego e eu fui pra lá e não consegui achar o emprego... descobri que havia um CTG em Paris e que eu iria pra lá. Pior que eu fui até o tal CTG e não achei! Então eu criei toda esta cena justamente pra poder continuar me comunicando com o público. Foi uma boa sacada, deu uma repercussão bárbara, no blog, no Twitter... foi muito legal.



9 - Até por falar em Twitter, você comenta como por reclamação que estava em um restaurante e que não conseguia acompanhar e ver como estava indo o Gre-nal.

É, o “Guri de Uruguaiana” inventou que tinha uma antena enorme lá em Paris, que é a Torre Eiffel, e esta antena não (mesmo com uma baita antena daquelas) pegava a Rádio Gaúcha. Então, e ainda ele comenta que a antena ainda não estava pronta, que tá só nos ferros, que quando ela estiver bem prontinha ia ficar a coisa mais linda do mundo.



10 - Nosso estado tem belezas ímpares em relação ao restante do país. A cidade de Uruguaiana é rica na produção do grão de arroz e cidade importante na agropecuária nacional. Por que “Uruguaiana” e não outra cidade para criar o personagem humorístico?

Porque este personagem surgiu no espetáculo “Seriamente Cômico”  onde o “sketch” dele eu ia pra Uruguaiana e lá eu contava uma história que eu ia fazer uma homenagem para uma pessoa lá de Uruguaiana e fiquei sabendo que o filho deste estancieiro de Uruguaiana tinha ido pra Europa com uma bolsa, e depois eu descobria que era uma bolsa de crochê. E o guri este de férias em pra Uruguaiana, retornando da Europa, o pai dele inventou de ir em um baile e pediu pra parar o baile e pediu pro filho cantar a música “Guri”. E o guri então diz pro pai: “- Olha pai, eu vou cantar, mas mudei um pouco a letra. Eu estava muito tempo fora na Europa, mudou um pouco meus hábitos”. Ai ele canta a música “Guri”, uma paródia muito engraçada do “Guri”. Então este personagem dentro do “Seriamente Cômico” ele surge em cima desta paródia da música “Guri”. E “Guri” é um clássico gravado pelo Cesar Passarinho e autores Júlio Machado  e João Batista Machado, que são  também uruguaianenses, esta música é da Califórnia da Canção Nativa. Então esta música é muito identificada com Uruguaiana. Então, “Guri” foi a música que deu o “start” deste personagem, a paródia “Guri”. E quando eu comecei a fazer os programas de televisão, eu precisava ter um nome para o personagem, ai então eu pensei e “-Bah, Guri de Uruguaiana... por que não Uruguaiana?”  Uruguaiana é uma cidade forte dentro da tradição, uma cidade que tem o maior festival da música nativista, um público da fronteira bem gaúcho, fala com uma particularidade também. Então, achei bacana, o “Guri de Uruguaiana”. E depois, ainda pra completar mais ainda, ficar mais interessante ainda o personagem,  que eu passei a fazer versões do “Canto Alegretense”, que é na verdade... entre o Alegrete e Uruguaiana existe uma certa rivalidade e então despertou mais, o que ficou mais engraçado é que o “Guri de Uruguaiana” só canta o Alegrete, entendeu? Então, tudo o que gera polêmica, gera discussão, acaba te dando uma mídia, entendeu?



11 - Esposo de Silvia Helena, pai de duas pequenas meninas, estudante de três cursos universitários não concluídos, funcionário de escritório de contabilidade, sacoleiro, dono de restaurante, fotógrafo, hoje humorista. Há mais algum sonho na vida de Jair Kobe?

Olha, eu estou muito bem agora... assim. Estou gerando trabalho para um monte de gente, entendeu? A gente está com um trabalho dentro da história do tradicionalismo. A gente está conseguindo levar informações assim bem legais sobre a cultura gaúcha pra todo o Rio Grande do Sul, e principalmente para as crianças, e também lá fora, levando para Santa Catarina e Paraná,e outros lugares que a gente tem viajado. Então é uma forma de desmistificar o povo gaúcho, aquela coisa toda, que é sério e sisudo. Levar de uma forma bem humorada algumas informações da cultura gaúcha: como a música, a indumentária, as suas danças, seus costumes, os seus hábitos como o chimarrão. Então eu fico bem feliz de estar podendo participar ativamente deste processo. Além do que e fora isso, levar a diversão e a alegria há um monte de gente. E as referências que a gente tem sobre estas questões são impressionantes, o quanto é importante para as pessoas ter assim um DVD em casa para poder dar risada com seu filho. Então é um trabalho que me gratifica. Eu posso ficar perto da música, uma coisa que é o “meu chão”. E então através do “Guri de Uruguaiana” eu posso cantar, tocar vários instrumentos... sempre brincando, sempre cantando, então eu estou muito feliz com este trabalho que eu venho realizando. Acho que o “Guri de Uruguaiana” vai continuar e eu vou me aposentar com o “Guri de Uruguaiana”, não tem como eu me aventurar em outro projeto, porque dentro do projeto “Guri de Uruguaiana” tem muita coisa pra ser feita.



12 - Há pouco tempo, início deste ano, foi gravado um vídeo intitulado “Gurillage People” com participação de Elton Saldanha, Daniel Torres, Jahmai e Cris Pereira, o Jorge da Borracharia. E em seus shows temos a participação especial de Daniel Torres. E como é ter a participação de amigos tão queridos nos seus trabalhos de divulgação do “Guri de Uruguaiana”?

Esta é uma grande brincadeira que agora já virou um compromisso de todo o ano lançar um clipe, cantar o “Canto Alegretense” em cima de um grande clássico mundial. E sempre que possível eu levo os meus amigos e como no “Guritles” teve o Rui Biriva e o Daniel Torres e agora no “Gurillage People” o Rui só não participou porque já estava doente e não pode participar, mas ai veio o “Jorge da Borracharia”, o Jahmai, o Elton Saldanha, todos os meus amigos. E agora para o próximo clipe eu já tenho compromisso com o Rafinha Bastos e Diogo Portugal  que querem agora gravar o próximo clipe que a gente vai fazer. Então a brincadeira do clipe é uma forma de juntar a gente neste entretenimento e também a parte de Daniel Torres em participar do espetáculo com a gente é uma forma de qualificar o espetáculo na parte musical.